Polimento de Próteses Flexíveis

As próteses flexíveis ganharam espaço na prática laboratorial devido à sua estética, conforto e adaptabilidade. No entanto, o polimento dessas estruturas requer uma abordagem específica, distinta das próteses acrílicas convencionais, devido à natureza dos materiais termoplásticos (como o nylon ou poliamidas). Um acabamento mal-executado pode comprometer a durabilidade, conforto e higiene da prótese. Neste artigo, vamos explorar o passo a passo do polimento de próteses flexíveis, com técnicas práticas e conselhos úteis para técnicos de prótese dentária.

🧰 Materiais e Equipamentos Necessários

Antes de iniciar, certifique-se de ter os materiais e ferramentas apropriadas:

Corte dos Condutos e Acabamento

Disco de Corte sem dentes ou Pedra Grossa diamantada

Broca de Tungsténio Vermelha com corte Cruzado

Eliminar rebarbas

Opção A
Escova de Aço
Borracha abrasiva de polimento

Opção B
Mandril + Lixas d’água nº240/600/1000/1500

Brilho

Pasta Alto Brilho Deflex

Roda de Pano

EPI: óculos de proteção, luvas e máscara

Peça de Mão

Polidora de bancada

🔍 Etapas do Polimento de Próteses Flexíveis

Corte dos condutos

A primeira etapa consiste no corte dos condutos com um disco de corte. O movimento deve ser suave e lateral, de modo a evitar que o disco trave.

Dica: Para eliminar o restante dos condutos e realizar o acabamento inicial, pode-se utilizar uma pedra diamantada grossa.

Depois de passar esta pedra grossa, trocamos para uma broca de tungsténio mais fina (broca de tungsténio vermelha com corte cruzado). Com esta broca conseguimos deixar toda a superfície da prótese bem acabada. Desta forma, damos a forma e a espessura desejadas, permitindo maior flexibilidade ou maior rigidez, conforme o necessário.

Na zona retentiva, devemos afinar ligeiramente, arredondando a margem vestibular. Nas áreas de apoio dos grampos sobre os dentes, afinamos ainda mais para garantir maior flexibilidade e translucidez, integrando melhor com o dente. Faz-se também o acabamento nas zonas cervicais.

Atenção: Não se deve retocar absolutamente nada na zona interna da prótese. Esta deve encaixar-se perfeitamente no lado interno, sem necessidade de ajustes. Isso assegura uma adaptação precisa, sem espaços, garantindo conforto total ao paciente. Não devem existir folgas entre a gengiva e a prótese, de forma a evitar o acúmulo de restos alimentares e, consequentemente, lesões gengivais.

Eliminar rebarbas

Opção A - Eliminação de rebarbas

Material necessário: Escova de aço, a utilizar em baixa rotação.

Depois de realizar o acabamento com a broca de carboneto de tungsténio ou com a pedra diamantada, eliminamos as rebarbas com uma escova de aço. O passo seguinte é o polimento da prótese, utilizando uma borracha abrasiva, o que proporcionará uma superfície lisa, pronta para o polimento final.

Podem ser usadas borrachas abrasivas de dois diâmetros diferentes, para alcançar zonas de difícil acesso.

Opção B – Polir com lixa d’água

Materiais: Lixa d’água nº 240, nº 600, nº 1000 e nº 1500.

Cortar em tiras de 15 cm de comprimento por 2 cm de largura, colocar num mandril porta-lixas e enroladas. Utilizar a baixa rotação.

Esta técnica, embora mais antiga, continua a apresentar bons resultados, sobretudo na ausência de borracha abrasiva adequada. A lixa é fixada num mandril, que se coloca depois na peça de mão.

Começamos com a lixa nº 240, passando em seguida à nº 600, depois à nº 1000. Esta última substitui o uso da escova e da pedra-pomes. Finalizamos com a lixa nº 1500, extremamente fina, que praticamente deixa a prótese polida e brilhante.

As lixas nº 1000 e nº 1500 podem também ser utilizadas como método alternativo ou complementar à pedra-pomes.

Brilho final

Material: Pasta de Alto Brilho

Ligue a polidora de bancada e aplique uma pequena quantidade de pasta de brilho numa roda de pano.


A prótese deve estar bem limpa (sem resíduos de pedra-pomes) e seca. Aplique a pasta em pouca quantidade na roda de pano – apenas 2 ou 3 toques breves, evitando impregnar a roda. Realize o polimento com movimentos horizontais e intermitentes, para evitar o sobreaquecimento do material.

Por fim, higienize bem a prótese. Está agora pronta para ser entregue ao médico dentista.

💡 Dicas de Ouro para um Polimento de Qualidade

• Menos é mais: Evite pressões excessivas e rotações altas.

• Use produtos compatíveis: Consulte sempre as recomendações do fabricante do material.

• Evite o calor: O atrito excessivo pode deformar o material. Faça pausas frequentes.

• Finalize com brilho natural: O acabamento deve ser suave ao toque e com brilho homogéneo.

• Eduque o paciente: Oriente sobre a limpeza e manutenção da prótese após o polimento.


📌 Considerações Finais

O polimento de próteses flexíveis não é apenas uma questão estética, mas também de funcionalidade, higiene e conforto para o paciente. Técnicos bem treinados e atentos ao processo garantem próteses mais duráveis e bem toleradas. Com as ferramentas certas e atenção aos detalhes, o polimento transforma-se numa etapa de excelência no laboratório.

Boas práticas laboratoriais!


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